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A mostrar mensagens de outubro, 2017

Rimksky-Korsakov: um virtuoso da orquestração

Nikolai Andreyevich Rimsky-Korsakov foi militar, professor, mas foi sobretudo como maestro e compositor que ficou conhecido para a posteridade.  Nasceu em 1844 em Tikhvin e faleceu em 1908 em Lyubensk, na Rússia ainda imperial. Considerado um mestre em orquestração. As suas composições orquestrais mais conhecidas foram Capriccio Espagnol, Scheherazade (que pode ouvir aqui na sua EU) e Abertura da Grande Páscoa Russa. Korsakov, assim como Mily Balakirev e o crítico Vladimir Stasov, ficaram ligados ao desenvolvimento de um estilo nacionalista russo da música clássica, evitando os métodos tradicionais de composição usados no Ocidente. Deixou muitas composições nacionalistas russas, de grande criatividade e originalidade. O estilo de Korsakov baseou-se em Mikhail Glinka, Mily Balakirev, Hector Berlioz, e Franz Liszt, e transmitiu-o a duas gerações de compositores russos. Influenciou também compositores não-russos como Maurice Ravel, Claude Debussy, Paul Dukas e Ottorino Respigh

O homem da Bossa: João Gilberto

Figura marcante da música no Brasil e não só, João Gilberto foi influenciado por Orlando Silva e por Dorival Caymmi, entre outros. 1958 foi um marco para a música popular brasileira e para João Gilberto. Participou na gravação do famoso LP de Elizete Cardoso, Canção do Amor Demais, que continha músicas de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. João Gilberto acompanhou Elizete ao violão nas faixas Chega de Saudade e Outra Vez, sendo essas as primeiras gravações da chamada "batida da bossa nova".  Chega de saudade, um LP, album de estúdio começado a gravar em 1958 é lançado no ano seguinte. Foi o seu album de estreia. Este um dos três que serviu de base ao registo que pode ouvir aqui. Os outros são: O amor, O sorriso e a Flor (1960) e João Gilberto (1961). Johnny D. OUÇA A EMISSÃO (clique aqui)

Uma imperatriz africana

Indiferente... foi coisa que Miriam Makeba não foi. Viveu os problemas do seu tempo e lutou para solucioná-los. Vitima do apartheid, como todos os seus conterrâneos negros, aquela que ficou conhecida como Mamã África (Zenzile Miriam Makeba), nasceu em Joanesburgo em 1932. Lutou muito, quer pelos direitos cívicos, quer para se afirmar como cantora. Começou a carreira em grupos vocais nos anos 50, interpretando blues norte-americanos.  1960 foi o ano decisivo. Participou no documentário antiapartheid Come Back, Africa. Aproveitou a apresentação do documentário em Veneza para não regressar à África do Sul e a par da sua carreira internacional de cantora, tornou-se activista pelos direitos huamanos. Mas 1960 foi também um ano profícuo. Dois discos afirmaram a voz inesquecível de Miriam Makeba no panorama musical africano e internacional. Miriam Makeba e The Many Voices of Miriam Makeba, que serviram de base a este trabalho que pode  escutar aqui.   OUVIR A EMISSÃO (clique a

Caminhos cruzados: Tjader e Mongo

Latin Concert, disco do vibrafonista norte-americano Cal Tjader gravado ao vivo em 1958 e Afro-Roots do mesmo ano, álbum do percussionista cubano, Mongo Santamaria, são dois momentos da história do Latin-Jazz que merecem ser escutados eternamente. Começo por Latin Concert, um dos registos onde a definição da técnica de execução do vibrafone de Cal Tjader e a intensidade da percussão tocada por Mongo Santamaria fazem ecoar Africa dentro da rítmica de sonoridades caribenhas. Cal Tjader procurou em composições como Lucero, Viva Cepeda e Mi Guaguanco recriar o simbolismo das festas dos Orishas, santos da cultura afro-cubana. Em Afro-Roots, (anteriormente lançado como "Yambu" em 1958 e "Mongo", em 1959)  Mongo Santamaria percorre a geografia da percussão de raíz africana . No disco onde o músico cubano homenageia a deusa Elegba, referência religiosa das plantas medicinais dos povos Youruba da África Ocidental. Mongo Santamaria interpreta neste ál